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Aplicações da IA em contextos artísticos e culturais; conheça 3 projetos incríveis

documentar mulheres, populações e dialetos diversos é mais que um dever uma obrigação; pois demonstra não só o respeito como também reconhecimento às pessoas que abriram caminhos para o que somos hoje

 O laboratório do Google Arts & Culture explora a aplicação de Inteligência Artificial (IA) e aprendizado de máquina em contextos artísticos e culturais. A IA abre uma infinidade de possibilidades para artistas, entusiastas de tecnologia e instituições culturais, seja dentro do processo criativo para resolver um desafio, seja como uma forma de engajar com o público de forma intrigante e envolvente.

A IA desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de ações e experiências que nos ajudam a responder questões existenciais que pairam sobre nossa cabeça: Como podemos fazer a Geração Z gostar de ópera?, Qual a influência da família de línguas indígena tupi-guarani no português falado no Brasil?,

1- Woolaroo: documentação de línguas indígenas

Atualmente, existem cerca de 7.000 línguas faladas na Terra, sendo que dessas metade enfrenta hoje a séria ameaça de desaparecer completamente; como se nunca tivessem existido.

Para ajudar a preservar e expandir os dicionários de acervos de palavras das linguísticas de comunidades indígenas, foi desenvolvida a Woolaroo, uma ferramenta incrível de código aberto que oferece suporte a 17 idiomas globais, incluindo o crioulo da Louisiana, maori, nawat, tamazight, siciliano, yang zhuang, rapa nui e o iídiche.

O Woolaroo utiliza o poder do reconhecimento de objetos através da inteligência artificial. Quando você aponta sua câmera para um objeto, a ferramenta identifica esse objeto e o combina com a biblioteca de palavras de sua base. Dessa forma, as palavras correspondentes em diferentes idiomas são associadas aos objetos do mundo real, contribuindo para a documentação e preservação das línguas ameaçadas.

Essa iniciativa é extremamente importante para promover e empoderar a diversidade linguística e cultural do planeta. Para saber mais sobre o projeto e como ele funciona, visite o site oficial do Woolaroo.

2- Registro de descobertas das cientistas americanas do Instituto Smithsonian

Algumas das primeiras pesquisas científicas mais empolgantes do Instituto Smithsonian — instituição educacional e de pesquisa associada a um complexo de museus, fundada pelo cientista britânico James Smithson no século XVII — foram realizadas por mulheres. Antes da virada do século, Louisa Bernie Gallaher experimentou a fotografia científica no Museu Nacional dos Estados Unidos do Smithsonian, Mary Jane Rathbun estava a caminho de se tornar uma especialista em Crustáceos enquanto trabalhava no Departamento de Zoologia de Invertebrados do Smithsonian e Erminnie Adele Platt Smith completou pesquisa de campo para o Bureau of American Ethnology.

Apesar de suas conquistas e contribuições, as cientistas da época eram denominadas especialista, e até hoje é um desafio localizar os registros de suas descobertas e contribuições. Embora existam registros e histórias em abundância sobre as importantes contribuições iniciais de homens do Smithsonian. As mulheres da época não apareciam em registros fotográficos, nao possuíam sequer registro de trabalho; muito provavalmente trabalhavam como contratadas e até voluntárias.

A Iniciativa do projeto História das Mulheres Americanas do Smithsonian, está criando, disseminando e ampliando o registro histórico das realizações das mulheres americanas, incluindo as cientistas do Instituto Smithsonian. São mais de 16,9 milhões de registros nas coleções online, e muitas contêm vestígios do trabalho das cientistas. A minerarção dos metadados dessas coleções permite correlacionar os milhares de fragmentos de dados históricos registrados e criar uma linha do tempo do trabalho das cientistas da época.

O auge do projeto foi o lançamento do Smithsonian Open Access, permitindo que pessoas em todo o mundo baixem, compartilhem e reutilizem as coleções online do Instituto Smithsonian – tudo de forma gratuita. Por meio de conjuntos de dados estruturados contendo informações sobre mulheres que trabalharam em ciência no Smithsonian, o Google executa algoritmos de aprendizado de máquina para identificar “entidades nomeadas” (como pessoas, lugares ou datas) nos metadados das coleções do Smithsonian e relacioná-los com relatórios anuais do Smithsonian. Usando as entidades nomeadas, foi possível criar exibições de rede para permitir que os relacionamentos entre as entidades fossem exibidas de forma visual. Assim os curadores do Smithsonian poderiam navegar entre os “nós” na rede e visualizar facilmente quem está conectado a quem nos metadados das coleções. 

O trabalho que o Smithsonian e o Google Arts & Culture concluíram para o lançamento do Smithsonian Open Access auxiliará curadores e cientistas de dados do Smithsonian a fornecer análises e visualizações gráficas da representação das mulheres em quase dois séculos de dados de pequisas para trazer à tona histórias que poderão ser compartilhadas e reconhecidas pelo mundo todo e que atravsará gerações.

3- Blob Opera

O Blob Opera é uma experiência lúdica de aprendizado de máquina que transforma suas ideias musicais em belas e harmoniosas óperas, tudo isso sem exigir conhecimentos de canto. Para alcançar esse feito, foram utilizadas as vozes de quatro cantores profissionais de ópera para treinar uma rede neural “ensinado” o algoritmo a cantar e harmonizar em quatro tipos de vozes distintas, incorporando a síntese do canto, uma área da inteligência artificial voltada para que os computadores reproduzan o canto humano.

O Blob Opera não é apenas um brinquedo digital divertido, mas também uma ferramenta acessível a todos, independentemente de suas habilidades musicais. Desde professores em sala de aula até artistas profissionais e amadores têm se beneficiado dessa experiência única. Para saber mais sobre essa fascinante aplicação, acesse o link do projeto.

FONTES:

[1] Woolaroo: a new tool for exploring indigenous languages

[2] Surfacing Women in Smithsonian History

[3] The history behind Blob Opera

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